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Minha Lembranças Mais Saudosa

Mãe,

 

    Sabe do que eu sinto saudades? Da minha infância, de nós duas, do barulho das ondas batendo nas rochas durante o verão... De você! Sinto falta da época em que não tinha preocupação nenhuma, e tinha alguém para se preocupar comigo.

    Ah, mãezinha, por que crescemos? Quem inventou essa lei de que as pessoas que amamos não podem ser para sempre? E de onde surgiu a proibição de que não podemos voltar aos momentos saudosos?

    São essas as perguntas que você me responderia durante os intervalos do programa que assistíamos juntas, mesmo se tivesse que inventar uma história. Essas seriam as perguntas, se eu tivesse oito anos e ainda gostasse de assistir ao Barney contigo.

    Mãe, durante esses quatro anos você não saiu um momento da minha mente. Nem você nem as nossas lembranças. Será que você se recorda de tudo o que fizemos?

    As lembranças passam em minha mente como flashbacks: você me embalando para dormir quando eu era um bebê; ensinando-me a ler as primeiras palavras; nós duas escutando músicas e dançando durante as madrugadas; eu aprendendo a cozinhar e você experimentando todos os pratos; nós duas comendo a mesa do jantar; eu e você passeando pela praia durante as minhas crises de insônia; eu ganhando prêmios escolares e você na platéia aplaudindo minhas vitórias; as suas palavras de consolo quando eu tentava e não conseguia; as minhas lágrimas quando brigávamos; os seus abraços e beijos que me faziam continuar a acreditar em sonhos; Você... Você... Você... Sempre você!

    Mãe, você é a minha maior e mais saudosa lembrança. Estás em todas as minhas memórias e a minha essência tem muito de você.

    Sinto saudades do que fomos um dia.Sinto sua falta, minha querida lembrança. Por que as coisas tiveram que mudar? Eu queria não ter perdido contato contigo.

 

Amo-te com todo o coração,

                                                Cecília.

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IORGAMA PORCELY ESCRITO POR IORGAMA PORCELY Escritora
São Leopoldo - RS

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