Na indecência do enfim.
Eu poderia ser médico
Mas poeta eu me tornei
Poeta que mexe com a franqueza d’alma
Que é fogo que exala frio
É dor que dói sem doer
Vida que teima viver
Flor que produz o mel.
Não farei rimas felizes
Poeta não vive assim
Poeta vive da tristeza
Da solidão sem ter fim
Vive pensando em mim
Vive pensando no nós
Vive vivendo a sós
Na indecência do enfim.
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