HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
A região do rio São Miguel era habitada pelos Índios Senambys da nação dos Caetés. Conhecidos por sua valentia e que não aceitaram pacificamente a ocupação de suas terras.
Com a extinção dos nativos. Começaram a ser construído as primeiras casas na proximidade do rio São Miguel. Por sinal, o povoado recebeu o mesmo nome do rio. Em homenagem à São Miguel Arcanjo.
Não se pode precisar, a época exata da formação do núcleo, que o tornou povoado. Supõe-se, que ele é tão velho, quanto a vila de Santa Madalena da Lagoa do Sul.
Tem noticia, na correspondência do rei para o governador de Pernambuco Dom. Diogo Botelho, por carta de 30 de agosto de 1606, da presença de dois moradores em São Miguel, os irmãos: João e Sebastião Ferreira da Rocha, naturais da cidade de Viana do Castelo - Portugal.
Já em 1612, quando da doação das sesmarias, por parte de Duarte Coelho de Albuquerque. Dona Felipa de Moura, viúva de Pedro Marinho Falcão, ao lado de seus genros: Antônio Ribeiro de Lacerda e Cosme Dias da Fonseca foram contemplados com as terras marginais próximas ao rio. Onde ali! Foi edificado um engenho, que recebeu o mesmo nome do curso fluvial, de propriedade de Antônio Barbalho Feio.
Muitas famílias portuguesas, também foram atraídas pela fertilidade de suas terras e dedicaram-se à agricultura. Sobretudo da mandioca, do milho, do arroz e da cana de açúcar. Como também à exploração das riquezas florestais. O território foi fatiado, pela valorização dos seus campos. Conhecidos como o mais férteis do Brasil.
De acordo com o registro da capitânia de Pernambuco, a sesmaria de Antônio Barbalho Feio contava com cinco léguas. Começando do engenho São Miguel, depois Sinimbu até aos campos de arrozais de inhauns, atual cidade de Anadia. Em 1633, Antônio Barbalho Feio negociou o engenho para o marcador holandês Marten Meyendersen.
No decorrer da sua trajetória, o povo miguelense sempre esteve presente em momentos importantes da história de Alagoas e do Brasil. Como por exemplo: Durante o período da invasão holandesa em 1630. Onde Sebastião Ferreira da Rocha foi alvo de espoliação. O destemido lavrador português, era dono das terras onde hoje, está instalado o complexo da usina Roçadinho. Antes da usina, funcionava no local a Companhia de Fiação e Tecidos São Miguel, conhecida também como Fábrica de Tecidos Sebastião Ferreira.
Em 1639, Sebastião Ferreira foi preso juntamente com Manuel Pinto. Sendo barbaramente torturado pelos holandeses, afim de obter informações. Como castigo, lhe Queimaram as plantas dos pés, deixando aleijado por resto da vida. E ainda teve que pagar um grande resgate em dinheiro para continuar vivo. Por muito tempo, o lugar onde ele residiu, era chamado de Sebastião Ferreira, em sua homenagem. Mas, depois, que a usina foi instalada, o local passou a ser chamado de povoado Bernardo Lopes. Em louvor, ao dono da antiga fábrica de tecidos.
Na época da Invasão Holandesa, São Miguel conheceu a face áurea do ciclo do gado. E os holandeses, por não ter fonte de abastecimento para suas tropas, tangeram parte das boiadas, da região sanfranciscana para a zona de São Miguel, pois o povoado era um dos locais mais importante da produção açucareira em Alagoas. As célebres manadas, foram devoradas pelos holandeses como também pelos sortidos dos quilombos dos palmares, além dos revolucionários e dos soldados portugueses.
Em 1749, a capitânia de Pernambuco assinala, que a criação do vigário ou Freguesia é anterior a 1702, pois o povoado já era curato em 1683, sob invocação de Nossa Senhora do Ó.
Já, a igreja de Nossa Senhora do Livramento e a Ermida da Santa Cruz, foram demolidas pelas enchentes do Rio São Miguel em 1702, no mesmo ano que o povoado passou à condição de Freguesia. Também havia no povoado, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que foi destruída e demolida em 1938, também em consequência das enchentes do rio São Miguel. Dessa época! Só existe, a igreja Santo Antônio da fazenda Furado, que permanece ainda em plena atividade. A mesma, foi edificada como igreja em 1725. A igreja de Nossa Senhora do Ó, foi construída em 1835
Outro ponto marcante da sua gente, é a sua característica. Por ser um povo idealista e sobranceiro, que estão sempre à favor da justiça e da liberdade. Foi o caso de Ana Lins do seu marido Manoel Vieira Dantas e do seus filhos: Francisco Frederico da Rocha Vieira e Manuel Duarte Ferreira Ferro, que participaram e lutaram na Revolução Pernambucana pelo seu ideal. Ana Lins desejava à separação da metrópole e a criação de um país soberano.
Em 1824, outra vez, Ana Lins, seu marido e seus filhos aderiram a outro movimento, a Confederação do Equador. Ana Lins foi a pioneira em alagoas, a figura mais brilhante da revolução. João Lins nesta época, tinha quatorze anos de idade e estava junto da mãe. O engenho de Ana Lins, foi o palco da Trincheira da República.
A vila de São Miguel, foi criada pelo decreto do governo geral da regência, em 10 de julho de 1832, pode-se dizer, que a vila se desenvolveu num processo da integração, dentro de uma região que já vinha sendo conquistada e trabalhada nesta fase da sua história. A vila de São Miguel, foi desmembrada da cidade de Alagoas, atual Marechal Deodoro, e foi elevada à categoria de cidade, pela lei de número 423 de 18 de junho de 1864, em seguida foi acrescentado a denominação restritiva "Dos Campos" e passou a se chamar de São Miguel dos Campos. Em consequência da sua elevação à categoria de município autônomo, São Miguel dos Campos, perdeu mais da metade da sua área territorial, pelo fato de seus distritos, ganharem a sua liberdade. Boca da Mata em 1957, Campo Alegre em 1960, Barra de São Miguel em 1963, Roteiro em 1963 e Jequiá da Praia em 1995.
* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura.
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