UM MIGUELENSE EM DEFESA DA ABOLIÇÃO
UM MIGUELENSE EM DEFESA DA ABOLIÇÃO
A história do Brasil frequentemente silencia figuras importantes que contribuíram para a construção da nação. João Lins, Visconde de Sinimbu, é um exemplo notável desse esquecimento. Neste texto destaco a trajetória de um alagoano que, além de sua inteligência e virtude precoces, se tornou um aliado crucial no movimento abolicionista.
Desde jovem, João Lins demonstrou uma sensibilidade incomum para a época, opondo-se à crueldade da escravidão e aconselhando sua própria mãe a tratar os escravizados com mais humanidade. Sua formação na Europa aprimorou sua visão de mundo, possibilitando-lhe construir laços com figuras influentes da corte imperial, incluindo o Imperador Dom Pedro II. Essa rede de contatos foi fundamental para sua atuação política posterior.
Sua carreira pública, marcada por importantes posições em diversas províncias, lhe permitiu observar de perto os efeitos devastadores da escravidão. A amizade com figuras abolicionistas como Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e André Rebouças solidificou seu compromisso com a causa da liberdade. A participação ativa de João Lins nesse movimento culminou na conquista final: a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888.
A concessão do título de Visconde de Sinimbu, uma honraria concedida pela própria Princesa Isabel, reconhece a importância da contribuição de João Lins para a nação. No entanto, a ausência de sua figura nos livros de história representa uma injustiça histórica. O texto de Moura chama a atenção para a necessidade de resgatar a memória desse importante alagoano, um intelectual e estadista que dedicou sua vida ao progresso e à justiça social no Brasil Império. Sua história, marcada pela luta pela abolição e pelo desenvolvimento do país, merece ser contada e celebrada como um exemplo de cidadania e compromisso com a liberdade.
* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura
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