GRUPO ESCOLAR VISCONDE DE SINIMBU: UM LEGADO ESQUECIDO EM SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
O GRUPO ESCOLAR VISCONDE DE SINIMBU: UM LEGADO ESQUECIDO EM SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
O Grupo Escolar Visconde de Sinimbu, inaugurado em 1937, representa um marco na história da educação de São Miguel dos Campos, Alagoas. Sua construção, sob a gestão do governador Osmar Loureiro Faria Lima e do prefeito José Cavalcante Neto, abriu as portas para a primeira escola estadual do município, funcionando em conjunto com o Ginásio São Miguel na década de 1950. A escolha do patrono, João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu, um ilustre miguelense com trajetória política notável no Segundo Reinado, reforça a importância histórica da instituição.
Sinimbu, Visconde e Barão, foi uma figura central na política brasileira, ocupando cargos de Presidente de Províncias (Alagoas, Sergipe, Bahia e Rio Grande do Sul), Ministro do Império e Embaixador. Sua participação na Confederação do Equador e na Revolução dos Lisos e Cabeludos, além de seu papel na luta contra a escravidão, o consagrou como um personagem relevante na história do Brasil. A transferência da capital de Alagoas para Maceió durante sua gestão como Presidente da Província de Alagoas demonstra sua influência política.
Apesar de sua história gloriosa e das diversas reformas ao longo dos anos, o Grupo Escolar Visconde de Sinimbu sofreu uma transformação que apagou parte de sua identidade. Atualmente, funcionando como creche, a escola perdeu sua função original e, consequentemente, parte de sua memória. Embora o nome permaneça, a designação popular como "Creche Fulana de Tal" demonstra a perda da referência histórica associada ao Visconde de Sinimbu. Essa mudança de função, embora atendendo a uma necessidade social, representa uma perda significativa para a preservação da memória local e a homenagem ao seu patrono, um dos mais importantes representantes de São Miguel dos Campos e de Alagoas no cenário político do Brasil Imperial. A preservação da história e da memória do Grupo Escolar Visconde de Sinimbu se torna, portanto, fundamental para resgatar a importância desse patrimônio histórico e cultural.
* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura
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