AS LAVADEIRAS DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS -: UM LEGADO DE TRABALHO E RESISTÊNCIA

AS LAVADEIRAS DE São MIGUEL DOS CAMPOS: UM LEGADO DE TRABALHO E RESISTÊNCIA

O texto resgata a memória das lavadeiras de São Miguel dos Campos, Alagoas, retratando um importante aspecto da história social e cultural da cidade. Mais do que uma simples atividade laboral, a lavagem de roupas representava um espaço de sociabilidade, trabalho e resistência para as mulheres miguelenses.

A prática, realizada principalmente às margens do Rio São Miguel, na Rua Antônio Jeremias de Menezes (antiga Rua da Praia), demonstra a precariedade das condições de vida no passado, onde a ausência de água encanada nas residências impunha o trabalho árduo e coletivo nas áreas públicas. A descrição do local, um espaço amplo e aconchegante utilizado também para banhos de pessoas e animais, ilustra a integração da atividade com o cotidiano da comunidade.

A construção de lavanderias públicas, como a do Banho do Pitu e a da Rua da Bica, representa um esforço de melhoria das condições de trabalho, embora ainda distante da modernidade. A iniciativa, em diferentes gestões municipais, demonstra a persistência da necessidade e da importância desta atividade para a população.

O texto destaca a persistência da tradição, mesmo com a diminuição da escala em relação ao passado. As lavadeiras, muitas vezes conciliando os afazeres domésticos com o trabalho extra para complementar a renda familiar, são apresentadas como mulheres guerreiras, símbolo de esforço e dedicação. A menção a figuras como Dona Antônia e Nair, individualiza a memória coletiva, humanizando a narrativa e perpetuando o legado destas mulheres.

Em suma, o relato desse texto preserva um valioso registro da história de São Miguel dos Campos, destacando a contribuição das lavadeiras para a construção da identidade local, lembrando-as não apenas como trabalhadoras, mas como personagens fundamentais na teia social e cultural da cidade. Sua memória deve ser preservada e estudada como parte integrante do patrimônio histórico e cultural alagoano.

* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura