A REVOLTA DOS LISOS E CABELUDOS EM ALAGOAS (1844) E O PAPEL DE JOÃO LINS VIEIRA CANSANÇÃO DE SINIMBU, VISCONDE DE SINIMBU
A REVOLTA DOS LISOS E CABELUDOS EM AlAGOAS (1844) E O PAPEL DE JOÃO LINS VIEIRA CANSANÇÃO DE SINIMBU, VISCONDE DE SINIMBU
A Revolta dos Lisos e Cabeludos, ocorrida em Alagoas em 1844, representou um importante conflito político na província, marcado pela disputa pelo poder entre duas facções: os Convencionais (os "Lisos"), liderados por José Tavares Bastos, e os Liberais (os "Cabeludos"), chefiados por João Lins Vieira Cansanção, futuro Visconde de Sinimbu. A transferência da capital de Alagoas (atual Marechal Deodoro) para Maceió serviu como um estopim para o conflito, gerando descontentamento entre os Convencionais que viam em João Lins, então presidente da província, o principal responsável pela mudança.
A oposição de Tavares Bastos a Lins se intensificou com o apoio deste último ao governador nomeado, Dr. Agostinho da Silva Neves. Esse apoio, somado à insatisfação pela mudança da capital, culminou em uma série de confrontos. A resistência de Tavares Bastos, contudo, encontrou forte oposição na mobilização de Sinimbu, que contou com o apoio de familiares influentes, como seu irmão Inácio de Barros Vieira Cajueiro, seu cunhado Lourenço de Albuquerque Maranhão (futuro Barão de Atalaia), e seu amigo Joaquim Serapião de Carvalho. A adesão de um contingente da Guarda Nacional de São Miguel dos Campos, sob o comando do Capitão Manuel Agostinho, reforçou ainda mais a posição de Sinimbu.
A superioridade militar e política de Sinimbu resultou na derrota dos "Lisos" e na prisão de seus líderes. O episódio demonstra a complexa dinâmica política da época, marcada por disputas de poder locais e regionais, onde a questão da capital e as alianças políticas desempenharam um papel crucial na definição do resultado do conflito. A figura de João Lins Vieira Cansanção se destaca como um articulador político capaz de mobilizar recursos e apoio para garantir sua posição de poder na província de Alagoas.
* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura
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