Eternidade
Amanheceu.
Teu lenço estava no chão
Tudo do mesmo jeito que deixamos na noite de ontem.
Teu abraço procurei no vago
Mas só a solidão me abraçou.
Aquela mesma boca que jurou no altar
Que comigo estaria até o atravessar da morte
Disse-me, chorando, que partiria (e sem mim).
Amada, o que te fiz
Para que me lançasses no terrível abismo,
No vácuo?
Lembro-me do teu sorriso
E dos teus lábios que, ao se abrirem,
Diziam-me as mais lindas juras de amor eterno
Os lábios teus transluziam o que o coração supunha.
Coração que em apenas uma frase
Dilacerou o meu.
Hoje sinto tua falta
Mas já senti a tua ausência
Falta é ausência da matéria
Ausência é falta de sentimento.
Já dizias tu a mim
Que breve o que havia sido erguido no altar
Desmoronaria em um só instante.
Dizias-me sem a boca abrir.
As lágrimas que agora derramo
Não brotam das janelas da minha alma
Somente por te ver partir
Hoje, choro por não ver mais teu sorriso
Por não ter mais o teu toque
Por me deslumbrar com uma suposta eternidade.
Eternidade, agora, nada mais é que apenas cinzas da eterna saudade.
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