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Eternidade

 Amanheceu.

Teu lenço estava no chão

Tudo do mesmo jeito que deixamos na noite de ontem.

Teu abraço procurei no vago

Mas só a solidão me abraçou.

Aquela mesma boca que jurou no altar

Que comigo estaria até o atravessar da morte

Disse-me, chorando, que partiria (e sem mim).

Amada, o que te fiz

Para que me lançasses no terrível abismo,

No vácuo?

Lembro-me do teu sorriso

E dos teus lábios que, ao se abrirem,

Diziam-me as mais lindas juras de amor eterno

Os lábios teus transluziam o que o coração supunha.

Coração que em apenas uma frase

Dilacerou o meu.

Hoje sinto tua falta

Mas já senti a tua ausência

Falta é ausência da matéria

Ausência é falta de sentimento.

Já dizias tu a mim

Que breve o que havia sido erguido no altar

Desmoronaria em um só instante.

Dizias-me sem a boca abrir.

As lágrimas que agora derramo

Não brotam das janelas da minha alma

Somente por te ver partir

Hoje, choro por não ver mais teu sorriso

Por não ter mais o teu toque

Por me deslumbrar com uma suposta eternidade.

Eternidade, agora, nada mais é que apenas cinzas da eterna saudade.

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Jonadab Silva ESCRITO POR Jonadab Silva Escritor

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