Sem deixar qualquer pegada
É só a lembrança o que nos resta
Somente as marcas dos meus pés descalços
Que desaparecem no ir e vir das águas
Deste oceano que nos encerra…
.
Queria não mais que uma palavra
Reviver esta vontade confessa
Que de tão viva quase me mata
Que de tão distante me desespera
.
É só a espera o que sobra
Sombras imaginárias de portas abertas
Imaginando-se o lado de fora…
Desta imensidão ridiculamente sincera
.
Um dia, por este mesmo caminho, eu volto
Enxugando as mágoas desconexas
Sorrindo e chorando de cansaço
Seguir andando sem as próprias pernas
.
Meus pés descalços serão mais do que marcas
Se apaixonarão e terão filhos com o solo
Serão parte do mesmo cosmos
Vencerão o espaço e o tempo dessas águas
.
Estarão, por fim, e de volta, ao seu lado
Traçando caminhos em alguma estrada
Sem chão, sem nada
.
Caminhando
Infinitamente
Sem deixar qualquer pegada.
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