A HISTÓRIA DA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO Ó: DA CIDADE DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
A HISTÓRIA DA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO Ó: DA CIDADE DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
Antes da elevação da Freguesia de Nossa Senhora do Ó já havia o Curato. A história passa por essa trajetória, cada uma dela segue a mesma linha em sua formação. São Miguel dos Campos é uma das mais antigas, tem suas origens lembradas pela criação do Curato de Nossa Senhora do Ó em 1683. No entanto, nada prevalece que indique as respectivas curas.
A instalação de fato e de direito da Freguesia de Nossa Senhora do Ó se deu no dia 07 de janeiro de 1702, sobre a orientação do Padre Antônio de Souza Carneiro. De acordo com às informações geral da Capitania de Pernambuco de 1747, em São Miguel viviam com abastança cinco sacerdotes, 635 fogos e 2580 pessoas de confissões.
A freguesia contava com duas igrejas e seis capelas. Além de pequenas ermida. Reza a tradição que havia em São Miguel anteriormente três igrejas: A Igreja de Nossa Senhora do Livramento, localizada na Rua da Ponte e a Igreja Ermida de Santa Cruz no logradouro do mesmo nome. E anexo a igreja havia um cemitério que fazia parte também do seu complexo. E a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, antiga matriz.
Às desavenças entre as ordens também existia às carmelitas do Convento de Nossa Senhora do Carmo que se apossaram do hospício de Nossa Senhora do Ó. Em detrimento dos frades franciscanos de Santa Madalena do Sul.
A outra parte contestada que reclamava a posse do asilo no termo que esclarece a questão. Documento que se encontra na revista do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Alagoas volume II. Está escrito a seguinte informação: " No dia 17 de janeiro de 1733, tomaram posse no Hospício de Nossa Senhora do Ó, da Vila de São Miguel os religiosos do Carmo Calçados da Província da Bahia...24 de janeiro deste presente ano de 1735, morando a maior parte destes dois anos no dito hospício o reverendo Padre Prior Frei Custódio do Sacramento e Lima e seu companheiro o Padre Frei Manoel da Sacra Família. Sempre os ditos religiosos viverão com notável procedimento e aceitação de todo o povo e observação a que El. Rei Nosso Senhor ordena no seu alvará régio sobre a fundação do dito hospício...pelo que, atendendo a Capela de Nossa Senhora do Ó, cujo dádiva confirmou o Ilmo. Sr. Bispo D. Frei Joseph Fialho para nela participarem das obras.
A Freguesia de Nossa Senhora do Ó de São Miguel dos Campos aos 24 de janeiro de 1735 ". Como se observa os padroeiros e as padroeiras eram envolvidos também nessa disputas pela hegemonia das ordens religiosa, havendo às vezes substituições dos santos. Como foi o caso de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos que era a matriz originalmente, sendo substituído mais adiante pela Santa do Orange da Freguesia de Nossa Senhora do Ó de São Miguel dos Campos.
A Igreja de Nossa de Senhora do Livramento e a Igreja Ermida da Santa Cruz foram vitimas das enchentes do Rio São Miguel. Exatamente na mesma época que foi criada a Freguesia de Nossa Senhora do Ó em 1702. Ambas foram demolidas. Também outra igreja sofreu o mesmo problema. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos que ficava localizada na Rua Dr. Júlio Plech, também conhecida como Rua do Correio. E que foi edificada onde é hoje a antiga casa do empresário Nivaldo Jatobá. Sofreu apenas danos materiais e foi recuperada meses depois. Curioso é que ela permaneceu quase dois séculos sendo matriz oficial da Freguesia de Nossa Senhora do Ó.
Alguns comerciantes tinham superstições divido à estrutura de como a igreja foi edificada. A frente dela era defronte para o rio na rua que dá acesso à Praça de Multieventos e o fundo da referida igreja era virado para o comércio. Segundo os comerciantes a igreja dava azar às vendas pelo motivo da sua instalação em forma contraria.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos acolheu às imagens das outras igrejas demolidas.podemos citar como exemplo: A imagem de Nossa de Senhora do Livramento, a imagem de Nossa Senhora das Graças e a imagem de São Benedito.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos por consequência do destino sofreu mais um abalo da natureza e foi demolida em 1938. E os materiais que sobraram da igreja, foram levados e aproveitados para a construção da Igreja de São Benedito. A nova igreja foi inaugurada em 1950. Com excesso das enchentes do rio São Miguel toda estrutura física da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram demolidas e o conselho da Freguesia de Nossa Senhora do Ó que tinha como administrador o Padre Francisco de Moura Lima (1817/1833) em conjunto com outros órgãos ligados ao catolicismo resolveram construir uma nova sede para atender os benefícios constantes dos fiéis da comunidade que suplica por proteções constantes a Nossa Senhora do Ó. E em 1835 o sonho foi concretizado, a Igreja de Nossa Senhora do Ó foi alevantada.
Neste tempo o povoado de São Miguel, já tinha passando a condição de vila com a denominação de Vila de São Miguel. Fato que aconteceu em 10 de julho de 1832. A Matriz de Nossa Senhora do Ó foi inaugurada pelo Padre Manuel Joaquim da Costa (1834/1839). Havia na proximidades da igreja um cemitério que fazia parte do seu contexto. O lugar onde era o cemitério foi uma escola. Intitulada de Instituto Imaculada Conceição, depois Colégio preservando o mesmo nome da Santa.
A matriz de Nossa Senhora do Ó foi feita de forma inclinada no estilo barroco e rococó. Contendo na frente três portas e cinco janelas adjacentes, um arco divisor um cruzeiro e uma torre do lado direito. O oitão era composto de dez janelas e duas portas e o fundo num formato de uma entrada ocultada.
Em 1910 foi edificada uma varada acima da entrada da igreja no intuito de acomodar os grupos de louvores mencionado na hora da missa. Espaço rígido na gestão do Padre Emílio Diverchy (1905/1910).
Em 1913, o proprietário do engenho do Coité Coronel Marcos Antônio José da Rocha e Silva fez uma doação de um relógio para a Matriz de Nossa Senhora do Ò que veio diretamente da França. O mesmo foi transportado de navio para o porto do francês que ficava localizado na Vila Santa Madalena da Lagoa do Sul, depois cidade de Alagoas, antiga capital do Estado. (Atual Marechal Deodoro). Às peças do relógio foram trazidas de barcaças pelo Rio São Miguel. O relógio foi instalado como destaque na torre da igreja na gestão do Padre Epifânio Moura ( 1911/1913 ).
Em 1921 foi erguida a torre do lado esquerdo na administração do Padre João Teixeira de Vasconcelos (1917/1920) e inaugurada pelo Padre Júlio de Albuquerque (1921/1953).
A torre foi oferecida a Nossa Senhora do Ó como forma de pagamento de uma promessa feita por Dona Maria Julia, esposa do Coronel Francisco da Rocha Santos comandante da Guarda Nacional de São Miguel e Prefeito Intendente do município. Dona Maria Julia foi sanada de uma doença grave, graças às orações e os milagres de Nossa Senhora do Ó. Na torre foi esculpido um relógio a óleo, idêntico ao relógio original. Dizem que ele chegou a trabalhar agregado no outro com uma corda.
Na década de setenta a Matriz de Nossa Senhora do Ó foi restaurada pelo Padre Benício de Barros Dantas onde foram mudados alguns detalhes da sua beleza interior. Perdendo assim um pouco da sua originalidade do passado. Principalmente a pintura do teto com efeito de perspectiva realidade com elementos arquitetônicos que a distância dava a impressão de ser ter o céu à vista com Nossa Senhora esplendorosa no centro. Entre nuvens cercada por anjos. O antigo teto foi substituído por um teto de madeira.
O seu altar-mor que era de estilo colonial com traço revestido de dourado foi destruído e no seu lugar foi erguido um simples altar. Sustentado por um forte torno e tendo como cobertura uma pedra de mármore trabalhada.
Outra coisa que foi muito contestado pela comunidade miguelense, foi à retirada da pia benta. Ela por ser um lugar sagrado e tradicional no contexto histórico e cultural da humanidade.
A Matriz de Nossa Senhora do Ó amparou às imagens das outras igrejas vitimadas pela enchente do Rio São Miguel. Algumas delas vieram definitivamente. Já outras ficaram aguardado a construção da sua própria casa. Foi o caso da imagem de São Benedito.
São muitos os padres que passaram por São Miguel dos Campos e todos eles deixaram seus legados e suas contribuições para o engrandecimento da Matriz de Nossa Senhora do Ó. Muitos deles deixaram seus nomes gravados nas memórias e nos corações dos miguelense. Vamos citar alguns nomes sem desmerecer os demais: Padre Júlio de Albuquerque, Padre Benício Barros Dantas, Padre José Neto, Padre Hildebrando Guimarães, Padre José Silva de Oliveira, Padre Epitácio Ferreira Palmeira Júnior, etc.
A Matriz de Nossa Senhora do Ó foi transformada em Paróquia pertencente à Diocese de Penedo. Sobre à responsabilidade do Padre Jackson. Por sinal o Padre Jackson vem desempenhando um excelente papel em prol da comunidade e da própria igreja. Como por exemplo: A manutenção do relógio da paróquia, que a muito tempo estava parado. O relógio é uns dos cartões postais da cidade.
É bom ressaltar! Que o relógio foi concertado pelo seu antecessor Padre Erick. A restauração e a pintura da paróquia e outras coisas mais...
Esse monumento, apesar de perder alguns elementos de fundamentais importâncias nos longos dos anos. Ainda mantém em seu domínio um vasto acervo de imagens e peças de grandes valores como também muitos bens materiais. Tais como: O Prédio onde funciona o Colégio Nunila Machado, do Colégio Imaculada Conceição, da antiga residência da Dona Olódia Machado e da Casa Paroquial. E outros imóveis espalhado por toda cidade.
Nossa Senhora do Ó é a Padroeira do município de São Miguel dos Campos e o Arcanjo São Miguel que deu nome ao rio, o povoado, a vila e consequentemente à cidade é o Cor- padroeiro.
* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura
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