A PARTIPAÇÃO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS NA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817.

A PARTICIPAÇÃO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS NA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

A Revolução Pernambucana de 1817, embora centrada em Pernambuco, teve ressonância em outras regiões, incluindo Alagoas. São Miguel dos Campos, em particular, desempenhou um papel significativo, com a participação ativa de diversos personagens que se destacaram pela bravura e idealismo revolucionário. Figuras como Manuel Vieira Dantas, capitão de ordenança e líder de grande influência, e seu filho, Francisco Frederico da Rocha Vieira, segundo-tenente de artilharia, demonstram a força do engajamento familiar na luta pela independência. A participação de Manuel Duarte Ferreira Ferro, comandante da Guarda Nacional local, posteriormente agraciado com o título de Barão de Jequiá, reforça a importância de São Miguel dos Campos no conflito. A presença destes líderes militares evidencia a organização e o comprometimento da região com a causa revolucionária.

No entanto, a participação não se limitou à elite militar. A história de Rosa Gentio, heroína negra que serviu na guarda nacional e sofreu torturas cruéis por se recusar a revelar informações, demonstra a abrangência social da revolta e o sacrifício de indivíduos comuns em prol de seus ideais. Sua resistência exemplifica o espírito de luta que permeou o movimento, mesmo diante da repressão brutal. A trajetória de Antônio Leão, líder revolucionário de Jequiá da Praia, que foi esquartejado após sua prisão, ilustra o alto custo da participação na revolta. Seu martírio transformou-o em símbolo de resistência e coragem para a região.

O Engenho Sinimbu, transformado na Usina Caeté, desempenhou um papel estratégico, funcionando como um importante centro de operações e resistência, reforçando a importância de São Miguel dos Campos na Revolução Pernambucana. A atuação destes personagens, em conjunto com o papel estratégico do Engenho Sinimbu, configura São Miguel dos Campos como um palco fundamental dos eventos revolucionários em Alagoas, demonstrando a disseminação do movimento além de seus centros principais e a participação ativa da população local, desde a elite militar até indivíduos comuns como Rosa Gentio. A memória destes indivíduos e eventos é fundamental para a compreensão completa da Revolução Pernambucana e da luta pela independência no Brasil.

* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura