CRÔNICA: AQUELA ESCOLA
CRÔNICA: Aquela escola
Na única escola da região. Simples e quase perdida no sertão de Alagoas. O olhar triste se perdia ao vento, mas a vontade de aprender cada dia mais crescia no coração de um jovem órfão que desde pequeno ajudava sua avó na feira vendendo frutas colhidas no sítio da anciã. O tempo passou e levou sua avó. Agora sozinho precisava se manter para não morrer de fome numa época em que as dificuldades somente aumentavam em sua vida. Ele ainda estudava e embora já tivesse 18 anos estava concluindo o fundamental. O caderno humilde continha todas as lições que a gentil professora passava ao longo do ano. Esforçado e dedicado. Começou a ajudar seus colegas de sala a aprenderem a ler. A professora via aquilo e com os olhos cheios de lágrimas lembrava de quando ela foi estudante. Logo foi escolhido como seu ajudante e em pouco dias ao observar um menino que havia chegado recentemente, notou que ele era calado e sentava no canto da sala. Quase não era possível ouvir sua voz ao responder a chamada. O ajudante conversou com ele e descobriu que seu sorriso não era bonito. Ao falar à professora sobre o tal aluno. Ela no outro dia falou com um amigo dentista e ele iniciou um tratamento no sorriso do menino calado. Meses depois a realidade era outra: Sorriso bonito, interação com os colegas. Alegria no rosto. Os anos se passaram e o menino cresceu, se tornou professor e foi lecionar na capital. O jovem se formou em direito e anos depois defendeu a professora em uma ação trabalhista. Agora, o menino, o jovem e a professora viviam histórias diferentes, porém unidos por uma força de vontade de vencer na vida e transformar seus dias em felizes já que muitas vezes não tinham motivos para sorrir.
Autor: Valderlan Marques Ribeiro Pilar, 23 de fevereiro de 2025 Horário: 00:50
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