Papel nu
(À amiga Sandra Salgado)
Trocaste o luar da Pajuçara
a brisa leve, o bailar dos coqueirais
a liberdade do olhar além do horizonte
pelo sol cáustico lá do alto sertão
na esperança de algum oásis
Furou-se nos cactos tua poesia
sangrou, evolou-se na terra árida
entre as palmas que não aplaudem
e guardam as lágrimas do sereno
a fim de não morrer sedenta
Pois agora, o papel te olha e está nu
despido da tua alada inspiração
que se não reanimada nos versos
sucumbe, faz-se alimento de urubu
sem imagem, sem metáforas
na desilusão de uma miragem
Simone Moura e Mendes
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