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Alagoas

Moro numa terra, onde o mar banha praias de areias finas e douradas, emolduradas pelo verde bandeira de vastos coqueirais. Uma terra de beleza ímpar e infinita, de deixar boquiaberto qualquer cristão!

Nesta terra rica e garrida, quanta coisa dá! Nela a perfeição dos canaviais, anunciando a colheita no verão. Os pivetes adentram plantações, tirando do caule deste “ouro-verde” o doce caldo que brotou do chão.

Alagoas... Eita terra mais festeira! No mês de junho é uma forrozeira. Tem quadrilha, comida típica, toda formosa com jovens dançando, alegres cantando, louvando a colheita do milho e os santos juninos. E por falar em santos, esta terra de gente de fé, acata todos os credos. Aos domingos templos e igrejas se enchem de gente que celebra a Deus. Pelas ruas de Alagoas, é bela e vindoura, a procissão a louvar. Jesus abençoe o solo de Alagoas, estrela gloriosa que no mapa em forma de coração se faz delimitar.

Como é bonito o folclore, a cultura do nosso povo. Coco de roda, guerreiro, pastoril, reisado... Que coisa mais linda as pastorinhas de frente a igreja, a louvar o nascimento de Jesus nas noites de Natal.

Ainda tem a comida, de vasto e abastado sabor. Temos uma rica culinária regional. Tem sururu de capote, caranguejo, siri e peixada. Nos dias quentes, como é bom tomar água de coco. Sem falar na macaxeira, raiz gostosa e brejeira que tantos pratos pode ofertar! Mais ainda os nossos quitutes, sou da terra das irmãs Rocha que tantas delícias souberam criar.

Nesta terra tão inspirável, berço de escritores esplendidos como Graciliano Ramos, Aurélio Buarque de Holanda, já foi morada de Clarice Lispector, tem ainda Djavan, esse talento sem igual.

O nosso artesanato é oriundo da influência de muitas culturas. Aqui nasceu o filé, que no solo europeu é reconhecido e enfeita roupas de grifes. Terra de mulheres rendeiras, de bordados, de crochê e de tricô.

Terra de militante político, que tanto honrou nosso país. Falo de Teotônio Vilela, “O Menestrel das Alagoas” que a frente esteve na campanha Diretas Já.

O sertão de Alagoas também tem suas belezas. E sua gente astuta e guerreira enfrentando a seca por falta da chuva. Que quando cai na terra, trás consigo a promessa, que dias melhores virão.

Nas lembranças de minha infância, quão saudosa da bonança que havia no meu lugar. Cresci no interior de Alagoas, em ruas de chão batido, brincando de roda e pulando avião. Os meninos daquela época, à tarde iam bater pelada, soltar pipa, jogar chimbra ou puxar carrinho com cordão.

As festas com trios elétricos, o povo todo cantando em uníssono, pueris como crianças. Aquela gente toda junta, onde não se ver desigualdade. Meu Deus que coisa mais linda é a celebração da liberdade.

São tantas as coisas belas no solo de Alagoas. Terra acolhedora, de gente alegre, de luais, de sol radiante, de chuva no inverno para a lavoura brotar. De praias fascinantes, de paixão constante no coração a pulsar. MINHA TERRA, ALAGOAS, posso até te deixar. Mas eu sei, qualquer canto que ande, no meu coração amor por ti vou levar.

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Juliana Cardoso ESCRITO POR Juliana Cardoso Escritora

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